Utilização do código Z59.3 Problems related to living in residential institution
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Utilização do código Z59.3 Problems related to living in residential institution
"Disseram que era um abuso e uma não conformidade a utilização do código de morador em lar.
Ora:
O código existe.
Não altera o GDH.
Não somos pagos ao código.
No livro da Nelly está referido que os hospitais podem convencionar internamente algumas características da codificação (desde que não interfira com o resultado do agrupamento).
Para o meu hospital esta não é uma questão minor. Temos neste momento três procedimentos em curso que necessitam que este código esteja registado sob pena de inviabilizar algumas situações:
1 - fazemos auditoria à NOC da PAC´s - um dos critérios de exclusão é de ser morador em instituição. Se este dado não estiver na base de dados nem sequer consigo saber nº de doentes a excluir da amostra sem abrir todos os processos um a um.
Ou seja: o ano passado ainda fizemos exclusão um a um. Em 2018 estamos a excluir diretamente através da base de GDH.
2 - Estamos a fazer conferência de medicação dos doentes internados - um dos subgrupos em análise são os doentes institucionalizados.
3 - Temos avaliação de escaras de decúbito infetadas - estamos a rastrear agentes - na tentativa de saber se há infeções a agentes similares em doentes do mesmo lar (o ponto de partida é doentes com escaras infetadas - doente de lar).
Ou seja :
A base de dados de GDH tem uma riqueza e uma facilidade de manuseamento tal que, não prejudicando a qualidade da codificação, pode ser de extrema utilidade.
O argumento de "não ter interesse para o tratamento do doente" não serve. Todos aqueles pormenores das causas de trauma, local de ocorrência, etc ... também não interessam para o tratamento, só as lesões (ou seja, são para estatística).
Gostava que este tema da "base servir para estatística e apoio a trabalhos" fosse tido em conta na atribuição de "não conformidade" "
(Responde Fernando Lopes)
Dizem as Guidelines:
14) Miscellaneous Z codes
The miscellaneous Z codes capture a number of other health care encounters that do not fall into one of the other categories. Certain of these codes identify the reason for the encounter; others are for use as additional codes that provide useful information on circumstances that may affect a patient’s care and treatment. (ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting, FY 2018, Page 99 of 117)
For reporting purposes the definition for “other diagnoses” is interpreted as additional conditions that affect patient care in terms of requiring:
clinical evaluation; or
therapeutic treatment; or
diagnostic procedures; or
extended length of hospital stay; or
increased nursing care and/or monitoring. (ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting, FY 2018, Page 105 of 117)
Diz o Coding Clinic:
Associated Conditions & Documentation of a Linkage
Facilities can work together with their medical staff to develop facility specific coding guidelines, which promote complete documentation needed for
consistent code assignment. (...)
These facility guidelines must not conflict with the “Official ICD-10-CM Guidelines for Coding and Reporting” developed by the Cooperating Parties
and, additionally, they should not be developed to replace the physician documentation needed to support code assignment. (Coding Clinic, 1Q 2014 p.16)
Lump in Breast
Facilities may choose to develop a facility-specific coding guideline (...)
These facility guidelines must not conflict with the ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting developed by the Cooperating Parties.
Additionally, they should not be developed to replace physician documentation needed to support code assignment. (Coding Clinic, 4Q 2017 p.19)
Use of Z codes
Z codes (other reasons for healthcare encounters) may be assigned as appropriate to further explain the reasons for presenting for healthcare
services, including transfers between healthcare facilities. The ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting identify which codes maybe
assigned as principal or first-listed diagnosis only, secondary diagnosis only, or principal/first-listed or secondary (depending on the circumstances).
(Coding Clinic, 4Q 2017, p.114)
Dizemos nós:
Os códigos Z devem ser utilizados para explicar as razões do doente ir ao hospital.
O código Z59.3 Problems related to living in residential institution é um código de problemas, ou seja, é para utilizar quando o internamento teve a ver, de algum modo, com a estadia no lar. É correta a sua utilização, por exemplo, quando o internamento se prolonga por causa disso.
Nem as Guidelines nem a Nelly dizem "desde que não interfira com o resultado do agrupamento". O que dizem é que não podem estar em conflito com as Guidelines.
Da presença deste código num determinado episódio deveria concluir-se que existiu um problema relacionado com a estadia no lar.
A regra interna do hospital de se utilizar este código em todos os doentes que vivem num lar está em conflito com as Guidelines oficiais cuja orientação é utilizar apenas nas circunstâncias em que esse facto possa ter afetado os cuidados e o tratamento do doente.
Uma regra interna lícita, que não está em conflito com as Guidelines, poderá ser, por exemplo, quantas vezes se duplicam os códigos dos exames subsidiários... ou até quantas vezes se duplicam os códigos de cirurgias repetidas (duplicam-se, por exemplo, 20 idas ao bloco fazer desbridamentos excisionais em grande queimados? ou 21 idas ao bloco para abrir uma laparostomia?).
E acrescento eu:
A informação 'vive num lar' é administrativa e idêntica à informação da residência do doente (registada na base de dados dos GDH com os códigos do distrito, do concelho e da freguesia). Outras informações são registadas e podem ser utilizadas nas estatísticas como o sexo, a idade, o destino após a alta, as datas de entrada, de cirurgia e de alta, os dias em UCI, etc.
O registo cirúrgico das colheitas de órgãos em cadáveres tem tanto ou mais interesse para os cirurgiões e isso não justifica que as codifiquemos.
Os hospitais dispõem agora do BIMH, o qual permite cruzar outras variáveis com a codificação dos GDH. Não será possível ter um registo externo dos doentes que vivem em lares e utilizá-lo na construção do indicador pretendido? Se não for possível pode pedir-se à SPMS que o contemple...
A utilização desta regra interna no hospital é da sua inteira responsabilidade.
É importante que os gestores tenham conhecimento das outras regras (Guidelines) aplicáveis.
E há que pensar, de facto, nas auditorias externas que hão de chegar ...
Fernando Lopes
Ora:
O código existe.
Não altera o GDH.
Não somos pagos ao código.
No livro da Nelly está referido que os hospitais podem convencionar internamente algumas características da codificação (desde que não interfira com o resultado do agrupamento).
Para o meu hospital esta não é uma questão minor. Temos neste momento três procedimentos em curso que necessitam que este código esteja registado sob pena de inviabilizar algumas situações:
1 - fazemos auditoria à NOC da PAC´s - um dos critérios de exclusão é de ser morador em instituição. Se este dado não estiver na base de dados nem sequer consigo saber nº de doentes a excluir da amostra sem abrir todos os processos um a um.
Ou seja: o ano passado ainda fizemos exclusão um a um. Em 2018 estamos a excluir diretamente através da base de GDH.
2 - Estamos a fazer conferência de medicação dos doentes internados - um dos subgrupos em análise são os doentes institucionalizados.
3 - Temos avaliação de escaras de decúbito infetadas - estamos a rastrear agentes - na tentativa de saber se há infeções a agentes similares em doentes do mesmo lar (o ponto de partida é doentes com escaras infetadas - doente de lar).
Ou seja :
A base de dados de GDH tem uma riqueza e uma facilidade de manuseamento tal que, não prejudicando a qualidade da codificação, pode ser de extrema utilidade.
O argumento de "não ter interesse para o tratamento do doente" não serve. Todos aqueles pormenores das causas de trauma, local de ocorrência, etc ... também não interessam para o tratamento, só as lesões (ou seja, são para estatística).
Gostava que este tema da "base servir para estatística e apoio a trabalhos" fosse tido em conta na atribuição de "não conformidade" "
(Responde Fernando Lopes)
Dizem as Guidelines:
14) Miscellaneous Z codes
The miscellaneous Z codes capture a number of other health care encounters that do not fall into one of the other categories. Certain of these codes identify the reason for the encounter; others are for use as additional codes that provide useful information on circumstances that may affect a patient’s care and treatment. (ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting, FY 2018, Page 99 of 117)
For reporting purposes the definition for “other diagnoses” is interpreted as additional conditions that affect patient care in terms of requiring:
clinical evaluation; or
therapeutic treatment; or
diagnostic procedures; or
extended length of hospital stay; or
increased nursing care and/or monitoring. (ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting, FY 2018, Page 105 of 117)
Diz o Coding Clinic:
Associated Conditions & Documentation of a Linkage
Facilities can work together with their medical staff to develop facility specific coding guidelines, which promote complete documentation needed for
consistent code assignment. (...)
These facility guidelines must not conflict with the “Official ICD-10-CM Guidelines for Coding and Reporting” developed by the Cooperating Parties
and, additionally, they should not be developed to replace the physician documentation needed to support code assignment. (Coding Clinic, 1Q 2014 p.16)
Lump in Breast
Facilities may choose to develop a facility-specific coding guideline (...)
These facility guidelines must not conflict with the ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting developed by the Cooperating Parties.
Additionally, they should not be developed to replace physician documentation needed to support code assignment. (Coding Clinic, 4Q 2017 p.19)
Use of Z codes
Z codes (other reasons for healthcare encounters) may be assigned as appropriate to further explain the reasons for presenting for healthcare
services, including transfers between healthcare facilities. The ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting identify which codes maybe
assigned as principal or first-listed diagnosis only, secondary diagnosis only, or principal/first-listed or secondary (depending on the circumstances).
(Coding Clinic, 4Q 2017, p.114)
Dizemos nós:
Os códigos Z devem ser utilizados para explicar as razões do doente ir ao hospital.
O código Z59.3 Problems related to living in residential institution é um código de problemas, ou seja, é para utilizar quando o internamento teve a ver, de algum modo, com a estadia no lar. É correta a sua utilização, por exemplo, quando o internamento se prolonga por causa disso.
Nem as Guidelines nem a Nelly dizem "desde que não interfira com o resultado do agrupamento". O que dizem é que não podem estar em conflito com as Guidelines.
Da presença deste código num determinado episódio deveria concluir-se que existiu um problema relacionado com a estadia no lar.
A regra interna do hospital de se utilizar este código em todos os doentes que vivem num lar está em conflito com as Guidelines oficiais cuja orientação é utilizar apenas nas circunstâncias em que esse facto possa ter afetado os cuidados e o tratamento do doente.
Uma regra interna lícita, que não está em conflito com as Guidelines, poderá ser, por exemplo, quantas vezes se duplicam os códigos dos exames subsidiários... ou até quantas vezes se duplicam os códigos de cirurgias repetidas (duplicam-se, por exemplo, 20 idas ao bloco fazer desbridamentos excisionais em grande queimados? ou 21 idas ao bloco para abrir uma laparostomia?).
E acrescento eu:
A informação 'vive num lar' é administrativa e idêntica à informação da residência do doente (registada na base de dados dos GDH com os códigos do distrito, do concelho e da freguesia). Outras informações são registadas e podem ser utilizadas nas estatísticas como o sexo, a idade, o destino após a alta, as datas de entrada, de cirurgia e de alta, os dias em UCI, etc.
O registo cirúrgico das colheitas de órgãos em cadáveres tem tanto ou mais interesse para os cirurgiões e isso não justifica que as codifiquemos.
Os hospitais dispõem agora do BIMH, o qual permite cruzar outras variáveis com a codificação dos GDH. Não será possível ter um registo externo dos doentes que vivem em lares e utilizá-lo na construção do indicador pretendido? Se não for possível pode pedir-se à SPMS que o contemple...
A utilização desta regra interna no hospital é da sua inteira responsabilidade.
É importante que os gestores tenham conhecimento das outras regras (Guidelines) aplicáveis.
E há que pensar, de facto, nas auditorias externas que hão de chegar ...
Fernando Lopes
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