Exérese de quisto pilonidal sacrococcígeo (Revisão)
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Exérese de quisto pilonidal sacrococcígeo (Revisão)
"Fernando este quisto é o mesmo que QSC ?
Se for tens 2 orientações de codificações em mails diferentes"
(Responde Fernando Lopes)
De facto já me pronunciei de modos diferentes sobre a codificação do procedimento de exérese de quisto sacrococcígeo (QSC).
A orientação de 11-10-2017 não estava correta, ao contrário da resposta que enviei depois, em 20-12-2017.
E a diferença esteve na body part: é uma exérese de lesão da pele ou do tecido subcutâneo?
Para responder às dúvidas que foram levantadas tentei verificar a natureza do QSC e, consequentemente, a codificação da sua exérese.
Algumas citações do que encontrei:
"... today, pilonidal disease describes a spectrum of clinical presentations, ranging from asymptomatic hair-containing cysts and sinuses to large symptomatic abscesses of the sacrococcygeal region that have some tendency to recur."
"It has been postulated that hair penetrates into the subcutaneous tissues through dilated hair follicles, which is thought to occur particularly in late adolescence, though follicles are not found in the walls of cysts. Upon sitting or bending, hair follicles can break and open a pit. Debris may collect in this pit, followed by development of a sinus with a short tract, with a not clearly understood suction mechanism involving local anatomy, eventually leading to further penetration of the hair into the subcutaneous tissue. This sinus tends to extend cephalad, likely owing to mechanical forces involved in sitting or bending. [5] A foreign body-type reaction may then lead to formation of an abscess. If given the opportunity to drain spontaneously, this may act as a portal of further invasion and eventually formation of a foreign body granuloma. Infection may result in abscess formation."
"The primary incision is longitudinal and should be made off the midline into skin, subsequently carrying it down to the level of subcutaneous tissue to open up the abscess cavity. As much purulent drainage and debris should be removed from the site as possible; blunt dissection may assist with this process as the patient can tolerate."~~
in: Pilonidal Cyst and Sinus Treatment & Management: https://emedicine.medscape.com/article/788127
Parece, assim, ser evidente que tanto a anatomia dos quistos como o procedimento do seu tratamento atingem o tecido subcutâneo. A body part a selecionar na ICD-10-PCS será então a Subcutaneous Tissue and fascia.
Socorrendo-nos das Guidelines:
Guideline B3.5 Overlapping body layers
If the root operations Excision, Repair or Inspection are performed on overlapping layers of the musculoskeletal system, the body part specifying the deepest layer is coded. Example: Excisional debridement that includes skin and subcutaneous tissue and muscle is coded to the muscle body part.
(Entre a pele e o tecido subcutâneo seleciona-se este por ser o mais profundo)
Convention A10
“And,” when used in a code description, means “and/or.”
Example: Lower Arm and Wrist Muscle means lower arm and/or wrist muscle.
(Não há que duvidar na escolha do body system Subcutaneous Tissue and fascia porque não é necessário que o procedimento atinja a fáscia: basta que atinja o tecido subcutâneo... subcutaneous tissue and / or fascia).
A construção do código para o procedimento de exérese de um quisto sacrococcígeo utilizará a tabela 0JB e a body part 9 Subcutaneous Tissue and Fascia, Buttock
A approach será Open ou Percutaneous de acordo com o tamanho da incisão:
Em qua, 11 de out de 2017 às 14:11, Fernando Lopes <fernando.oliveira.lopes@gmail.com> escreveu:
Olá
"O procedimento para exérese de quisto pilonidal quando se faz a conversão de icd9 para icd10 é 0HB8XZZ, mas penso que esta cirurgia não pertence a este código porque não se trata de uma excisão apenas de pele , mas de tecido subcutâneo e, nesse sentido, o código será em minha opinião 0JB90ZZ. Está certo meu raciocínio?
Por outro lado o código 0HB8XZZ gera um GDH cujo o preço para SIGIC é muito elevado em relação aos outros procedimentos . O valor é 2268,83 euros .
quando se coloca o código 0JB90ZZ gera um GDH médico, sem preço para sigic.
Não sei como resolver esta questão."
Confirmo a aplicação do código 0HB8XZZ Excision of Buttock Skin, External Approach para codificar a exérese de um quisto pilonidal, uma estrutura tipicamente dérmica (ao contrário dos lipomas, estruturas tipicamente subcutâneas ou ainda mais profundas).
Este código não é considerado cirúrgico no agrupador APR-DRG 31.
O código 0JB90ZZ Excision of Buttock Subcutaneous Tissue and Fascia, Open Approach, aplicável na exérese um lipoma, já é considerado cirúrgico pelo agrupador. Reparar que inclui a cirurgia das fáscias...
Os hospitais (e os colegas) que fazem produção adicional devem conhecer as 'regras do jogo' antes de se comprometerem com a realização deste tipo de cirurgias.
Muito se alterou desde que há 10 anos atrás se arrancou com o SIGIC. Nessa altura foi feita formação e explicadas as regras do jogo. Com a utilização do APR-DRG 31 há agora muitos GDH médicos resultantes de 'cirurgias'.
Nem as ARS nem os hospitais irão pagar cirurgias agrupadas em GDH médicos.
Cada um deve fazer a gestão (programação) da sua atividade.
Fernando Lopes
Se for tens 2 orientações de codificações em mails diferentes"
(Responde Fernando Lopes)
De facto já me pronunciei de modos diferentes sobre a codificação do procedimento de exérese de quisto sacrococcígeo (QSC).
A orientação de 11-10-2017 não estava correta, ao contrário da resposta que enviei depois, em 20-12-2017.
E a diferença esteve na body part: é uma exérese de lesão da pele ou do tecido subcutâneo?
Para responder às dúvidas que foram levantadas tentei verificar a natureza do QSC e, consequentemente, a codificação da sua exérese.
Algumas citações do que encontrei:
"... today, pilonidal disease describes a spectrum of clinical presentations, ranging from asymptomatic hair-containing cysts and sinuses to large symptomatic abscesses of the sacrococcygeal region that have some tendency to recur."
"It has been postulated that hair penetrates into the subcutaneous tissues through dilated hair follicles, which is thought to occur particularly in late adolescence, though follicles are not found in the walls of cysts. Upon sitting or bending, hair follicles can break and open a pit. Debris may collect in this pit, followed by development of a sinus with a short tract, with a not clearly understood suction mechanism involving local anatomy, eventually leading to further penetration of the hair into the subcutaneous tissue. This sinus tends to extend cephalad, likely owing to mechanical forces involved in sitting or bending. [5] A foreign body-type reaction may then lead to formation of an abscess. If given the opportunity to drain spontaneously, this may act as a portal of further invasion and eventually formation of a foreign body granuloma. Infection may result in abscess formation."
"The primary incision is longitudinal and should be made off the midline into skin, subsequently carrying it down to the level of subcutaneous tissue to open up the abscess cavity. As much purulent drainage and debris should be removed from the site as possible; blunt dissection may assist with this process as the patient can tolerate."~~
in: Pilonidal Cyst and Sinus Treatment & Management: https://emedicine.medscape.com/article/788127
Parece, assim, ser evidente que tanto a anatomia dos quistos como o procedimento do seu tratamento atingem o tecido subcutâneo. A body part a selecionar na ICD-10-PCS será então a Subcutaneous Tissue and fascia.
Socorrendo-nos das Guidelines:
Guideline B3.5 Overlapping body layers
If the root operations Excision, Repair or Inspection are performed on overlapping layers of the musculoskeletal system, the body part specifying the deepest layer is coded. Example: Excisional debridement that includes skin and subcutaneous tissue and muscle is coded to the muscle body part.
(Entre a pele e o tecido subcutâneo seleciona-se este por ser o mais profundo)
Convention A10
“And,” when used in a code description, means “and/or.”
Example: Lower Arm and Wrist Muscle means lower arm and/or wrist muscle.
(Não há que duvidar na escolha do body system Subcutaneous Tissue and fascia porque não é necessário que o procedimento atinja a fáscia: basta que atinja o tecido subcutâneo... subcutaneous tissue and / or fascia).
A construção do código para o procedimento de exérese de um quisto sacrococcígeo utilizará a tabela 0JB e a body part 9 Subcutaneous Tissue and Fascia, Buttock
A approach será Open ou Percutaneous de acordo com o tamanho da incisão:
Em qua, 11 de out de 2017 às 14:11, Fernando Lopes <fernando.oliveira.lopes@gmail.com> escreveu:
Olá
"O procedimento para exérese de quisto pilonidal quando se faz a conversão de icd9 para icd10 é 0HB8XZZ, mas penso que esta cirurgia não pertence a este código porque não se trata de uma excisão apenas de pele , mas de tecido subcutâneo e, nesse sentido, o código será em minha opinião 0JB90ZZ. Está certo meu raciocínio?
Por outro lado o código 0HB8XZZ gera um GDH cujo o preço para SIGIC é muito elevado em relação aos outros procedimentos . O valor é 2268,83 euros .
quando se coloca o código 0JB90ZZ gera um GDH médico, sem preço para sigic.
Não sei como resolver esta questão."
Confirmo a aplicação do código 0HB8XZZ Excision of Buttock Skin, External Approach para codificar a exérese de um quisto pilonidal, uma estrutura tipicamente dérmica (ao contrário dos lipomas, estruturas tipicamente subcutâneas ou ainda mais profundas).
Este código não é considerado cirúrgico no agrupador APR-DRG 31.
O código 0JB90ZZ Excision of Buttock Subcutaneous Tissue and Fascia, Open Approach, aplicável na exérese um lipoma, já é considerado cirúrgico pelo agrupador. Reparar que inclui a cirurgia das fáscias...
Os hospitais (e os colegas) que fazem produção adicional devem conhecer as 'regras do jogo' antes de se comprometerem com a realização deste tipo de cirurgias.
Muito se alterou desde que há 10 anos atrás se arrancou com o SIGIC. Nessa altura foi feita formação e explicadas as regras do jogo. Com a utilização do APR-DRG 31 há agora muitos GDH médicos resultantes de 'cirurgias'.
Nem as ARS nem os hospitais irão pagar cirurgias agrupadas em GDH médicos.
Cada um deve fazer a gestão (programação) da sua atividade.
Fernando Lopes
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