Grávida com convulsão e paragem cardiorrespiratória
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Grávida com convulsão e paragem cardiorrespiratória
"Grávida de 32 semanas, com paragem cardiorrespiratória (PCR) no domicílio após uma convulsão, recuperada e trazida pela VMER para o Serviço de urgência.
À entrada encontrava-se com pulso, hipotensa, em ventilação invasiva. Foi submetida a uma cesariana de emergência, cujo resultado foi um nado morto.
Foi posteriormente transferida para outro hospital com cuidados intensivos.
Não tenho mais qualquer informação da grávida, uma vez que não era seguida no nosso hospital (não temos serviço de obstetrícia).
Qual o diagnostico principal?"
(Responde Fernando Lopes)
Não é o codificador que tem de estabelecer um diagnóstico para codificar um episódio.
Pode recusar-se a fazê-lo.
Nem de resolver a falta da informação que alguém deveria ter registado.
Quem deu alta não deveria ter estabelecido um diagnóstico de saída, mesmo que provável?
Quem decidiu e realizou a cesariana não escreveu nada?
Vamos fazer o exercício de codificar este caso com a informação disponível.
O diagnóstico principal tem de ser 'gravidez complicada por...'
Não temos um diagnóstico mas temos sinais e sintomas: a convulsão.
(Quem estava com a grávida em casa e assistiu à convulsão e à consequente paragem, e chamou a VMER, não a conhecia e não saberia dizer mais nada se lhe perguntassem?)
A entrada do índice alfabético Pregnancy / complicated by / convulsions O15.9 aponta para a categoria da eclâmpsia onde podemos selecionar
O15.03 Eclampsia complicating pregnancy, third trimester
Não sabemos se a grávida era hipertensa, a hipotensão referida poderia ser devida à PCR, mas estamos a seguir as orientações do sistema de classificação (que não faz mais do que atribuir a etiologia estatisticamente mais provável quando apenas existem sinais e sintomas - que neste caso de obstetrícia não podem ser diagnóstico principal).
Deveremos codificar também a PCR, a ventilação, a cesariana e o produto do parto:
O15.03 Eclampsia complicating pregnancy, third trimester (para a gravidez complicada pela convulsão)
O99.413 Diseases of the circulatory system complicating pregnancy, third trimester (para a gravidez complicada pela PCR)
I46.9 Cardiac arrest, cause unspecified (O99 Use additional code to identify specific condition...)
Z3A.32 32 weeks gestation of pregnancy
Z37.1 Single stillbirth (para o produto do parto)
5A19_5Z Respiratory Ventilation, ___ Consecutive Hours (correspondentes, neste caso, ao tempo de internamento)
10D00Z_ Extraction of Products of Conception, [High|Low|Extraperitoneal], Open Approach (ver no relato operatório)
É um exercício académico. Falta informação.
A eclâmpsia pode não ter sido o diagnóstico.
Mas não compete ao codificador (mesmo sendo médico) fazer diagnósticos. A ICD-10-CM trata disso a partir da informação (convulsões) disponível.
Os codificadores de obstetrícia poderão manifestar-se também. Posso estar a esquecer-me de alguma coisa...
Fernando Lopes
À entrada encontrava-se com pulso, hipotensa, em ventilação invasiva. Foi submetida a uma cesariana de emergência, cujo resultado foi um nado morto.
Foi posteriormente transferida para outro hospital com cuidados intensivos.
Não tenho mais qualquer informação da grávida, uma vez que não era seguida no nosso hospital (não temos serviço de obstetrícia).
Qual o diagnostico principal?"
(Responde Fernando Lopes)
Não é o codificador que tem de estabelecer um diagnóstico para codificar um episódio.
Pode recusar-se a fazê-lo.
Nem de resolver a falta da informação que alguém deveria ter registado.
Quem deu alta não deveria ter estabelecido um diagnóstico de saída, mesmo que provável?
Quem decidiu e realizou a cesariana não escreveu nada?
Vamos fazer o exercício de codificar este caso com a informação disponível.
O diagnóstico principal tem de ser 'gravidez complicada por...'
Não temos um diagnóstico mas temos sinais e sintomas: a convulsão.
(Quem estava com a grávida em casa e assistiu à convulsão e à consequente paragem, e chamou a VMER, não a conhecia e não saberia dizer mais nada se lhe perguntassem?)
A entrada do índice alfabético Pregnancy / complicated by / convulsions O15.9 aponta para a categoria da eclâmpsia onde podemos selecionar
O15.03 Eclampsia complicating pregnancy, third trimester
Não sabemos se a grávida era hipertensa, a hipotensão referida poderia ser devida à PCR, mas estamos a seguir as orientações do sistema de classificação (que não faz mais do que atribuir a etiologia estatisticamente mais provável quando apenas existem sinais e sintomas - que neste caso de obstetrícia não podem ser diagnóstico principal).
Deveremos codificar também a PCR, a ventilação, a cesariana e o produto do parto:
O15.03 Eclampsia complicating pregnancy, third trimester (para a gravidez complicada pela convulsão)
O99.413 Diseases of the circulatory system complicating pregnancy, third trimester (para a gravidez complicada pela PCR)
I46.9 Cardiac arrest, cause unspecified (O99 Use additional code to identify specific condition...)
Z3A.32 32 weeks gestation of pregnancy
Z37.1 Single stillbirth (para o produto do parto)
5A19_5Z Respiratory Ventilation, ___ Consecutive Hours (correspondentes, neste caso, ao tempo de internamento)
10D00Z_ Extraction of Products of Conception, [High|Low|Extraperitoneal], Open Approach (ver no relato operatório)
É um exercício académico. Falta informação.
A eclâmpsia pode não ter sido o diagnóstico.
Mas não compete ao codificador (mesmo sendo médico) fazer diagnósticos. A ICD-10-CM trata disso a partir da informação (convulsões) disponível.
Os codificadores de obstetrícia poderão manifestar-se também. Posso estar a esquecer-me de alguma coisa...
Fernando Lopes
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Data de inscrição : 19/12/2016
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