Recém-nascido prematuro transferido de outro hospital (2)
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Recém-nascido prematuro transferido de outro hospital (2)
"Acho que o código P07.03 deve ser usado pois os códigos deste capítulo podem ser usados durante toda a vida.
É um dado de extrema importância para este doente na sua vida presente e futura."
(Responde Fernando Lopes)
Sim, seria informativo assinalar, em episódios posteriores, que um bebé nasceu com muito baixo peso.
No entanto a guideline determina que os códigos só podem ser "used throughout the life of the patient if the condition is still present".
Ora essa condição (recém nascido com peso extremamente baixo) pode já não estar presente. Inclusive o bebé pode vir a adquirir um peso completamente normal.
Também não sei se é esse código que está a impedir que o episódio seja agrupado pelo agrupador.
Algumas condições perinatais que podem fazer sentido continuar a codificar mais tarde serão, por exemplo, enfisema intersticial (P25.0), displasia broncopulmonar (P27.1), persistência da circulação fetal (P29.3-), doenças hemolíticas (P55.-), Hydrops fetalis (P56.-), Kernicterus (P57.-), encefalopatia isquémica hipóxica (P91.6-) ...
Fernando Lopes <fernando.oliveira.lopes@gmail.com> escreveu no dia terça, 13/11/2018 à(s) 23:45:
Olá
"Um bébé nasceu neste hospital por cesariana com 25 semanas e 760 gr de peso por descolamento maciço da placenta e foi imediatamente transferido para outro hospital pela extrema imaturidade.
Regressou 101 dias depois para continuação de cuidados.
No outro hospital teve sepsis precoce, sepsis tardia, retinopatia, anemia da prematuridade, etc. etc. etc....
Agora, no regresso, tinha já tudo resolvido e estava apenas dependente do CIPAP (que fez durante 21 dias) e a ganhar peso e autonomia.
Em ecografia vê-se ainda sinais de hemorragia intra-ventricular antiga e ventriculomalácea.
Não teve mais alterações durante os 3 meses que aqui esteve.
Duvidas:
1 – DX – Z51.89 ? P02.1 ? P07.03 (baixo peso extremo) ? Outro ?
2 – Os diagnósticos ainda presentes neste hospital são códigos P (pediátricos) tendo o RN mais de 28 dias ?
No SIMH a mensagem é de não agrupável."
O que aconteceu no outro hospital, e que já esteja resolvido, não se codifica, como é evidente.
Codifica-se o que estiver ativo e em tratamento.
O diagnóstico principal de continuação de cuidados só se aplica se não houver nenhum problema ativo em tratamento, o que não parece ter sido o caso. Z51.89 Encounter for other specified aftercare não será, por isso, aplicável neste episódio.
A dependência de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) deve ser codificada e implica a existência de um diagnóstico de alguma forma de imaturidade respiratória que o pediatra deveria especificar. Um destes diagnósticos será um bom candidato para principal.
O baixo peso, a falta de autonomia e a ventriculomalácea também deverão ser codificados.
Quanto ao uso de códigos P após os 28 dias de vida as Guidelines esclarecem:
Use of Chapter 16 Codes
Codes in this chapter are never for use on the maternal record. Codes from Chapter 15, the obstetric chapter, are never permitted on the newborn record. Chapter 16 codes may be used throughout the life of the patient if the condition is still present.(ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting, FY 2019, Page 70 of 120)
P02.1 Newborn affected by other forms of placental separation and hemorrhage pode, por isso, ser utilizado.
A histório de hemorragia intraventricular talvez possa ser codificada com Z86.79 Personal history of other diseases of the circulatory system.
Mas P07.03 Extremely low birth weight newborn, 750-999 grams já não tem cabimento se já não representa a situação do bebé neste último episódio em codificação.
Se o SIMH reporta um não agrupamento a causa poderá ser o peso (já não se regista o peso em gramas quando o bebé é internado com mais de 28 dias) ou a não concordância deste com um código da ICD-10-CM que codifica o peso (P05.1-, P07.0- ou P07.1-)
Os colegas treinados na codificação destas situações poderão dar mais alguma achega relativa a algo que tenha ficado esquecido ou incorreto.
Fernando Lopes
É um dado de extrema importância para este doente na sua vida presente e futura."
(Responde Fernando Lopes)
Sim, seria informativo assinalar, em episódios posteriores, que um bebé nasceu com muito baixo peso.
No entanto a guideline determina que os códigos só podem ser "used throughout the life of the patient if the condition is still present".
Ora essa condição (recém nascido com peso extremamente baixo) pode já não estar presente. Inclusive o bebé pode vir a adquirir um peso completamente normal.
Também não sei se é esse código que está a impedir que o episódio seja agrupado pelo agrupador.
Algumas condições perinatais que podem fazer sentido continuar a codificar mais tarde serão, por exemplo, enfisema intersticial (P25.0), displasia broncopulmonar (P27.1), persistência da circulação fetal (P29.3-), doenças hemolíticas (P55.-), Hydrops fetalis (P56.-), Kernicterus (P57.-), encefalopatia isquémica hipóxica (P91.6-) ...
Fernando Lopes <fernando.oliveira.lopes@gmail.com> escreveu no dia terça, 13/11/2018 à(s) 23:45:
Olá
"Um bébé nasceu neste hospital por cesariana com 25 semanas e 760 gr de peso por descolamento maciço da placenta e foi imediatamente transferido para outro hospital pela extrema imaturidade.
Regressou 101 dias depois para continuação de cuidados.
No outro hospital teve sepsis precoce, sepsis tardia, retinopatia, anemia da prematuridade, etc. etc. etc....
Agora, no regresso, tinha já tudo resolvido e estava apenas dependente do CIPAP (que fez durante 21 dias) e a ganhar peso e autonomia.
Em ecografia vê-se ainda sinais de hemorragia intra-ventricular antiga e ventriculomalácea.
Não teve mais alterações durante os 3 meses que aqui esteve.
Duvidas:
1 – DX – Z51.89 ? P02.1 ? P07.03 (baixo peso extremo) ? Outro ?
2 – Os diagnósticos ainda presentes neste hospital são códigos P (pediátricos) tendo o RN mais de 28 dias ?
No SIMH a mensagem é de não agrupável."
O que aconteceu no outro hospital, e que já esteja resolvido, não se codifica, como é evidente.
Codifica-se o que estiver ativo e em tratamento.
O diagnóstico principal de continuação de cuidados só se aplica se não houver nenhum problema ativo em tratamento, o que não parece ter sido o caso. Z51.89 Encounter for other specified aftercare não será, por isso, aplicável neste episódio.
A dependência de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) deve ser codificada e implica a existência de um diagnóstico de alguma forma de imaturidade respiratória que o pediatra deveria especificar. Um destes diagnósticos será um bom candidato para principal.
O baixo peso, a falta de autonomia e a ventriculomalácea também deverão ser codificados.
Quanto ao uso de códigos P após os 28 dias de vida as Guidelines esclarecem:
Use of Chapter 16 Codes
Codes in this chapter are never for use on the maternal record. Codes from Chapter 15, the obstetric chapter, are never permitted on the newborn record. Chapter 16 codes may be used throughout the life of the patient if the condition is still present.(ICD-10-CM Official Guidelines for Coding and Reporting, FY 2019, Page 70 of 120)
P02.1 Newborn affected by other forms of placental separation and hemorrhage pode, por isso, ser utilizado.
A histório de hemorragia intraventricular talvez possa ser codificada com Z86.79 Personal history of other diseases of the circulatory system.
Mas P07.03 Extremely low birth weight newborn, 750-999 grams já não tem cabimento se já não representa a situação do bebé neste último episódio em codificação.
Se o SIMH reporta um não agrupamento a causa poderá ser o peso (já não se regista o peso em gramas quando o bebé é internado com mais de 28 dias) ou a não concordância deste com um código da ICD-10-CM que codifica o peso (P05.1-, P07.0- ou P07.1-)
Os colegas treinados na codificação destas situações poderão dar mais alguma achega relativa a algo que tenha ficado esquecido ou incorreto.
Fernando Lopes
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